Ao longo dos anos, as mulheres na aviação tem ocupado um espaço crescente no setor aeroespacial. Importantes figuras históricas do Século XX, através de suas conquistas, abriram caminho para um cenário mais aberto e inclusivo. Isso possibilitou o acesso de mulheres na aviação. Pioneiras como Thereza Di Marzo, primeira brasileira a receber o diploma de aviador-internacional, ou Amélia Earhart, pioneira na aviação dos Estados Unidos, que infelizmente desapareceu em 2 de Julho de 1937, numa tentativa de realizar um voo ao redor do globo.

Como forma de reconhecer a importância das mulheres na aviação, no início dos anos 2000, os Correios Brasileiros lançaram um carimbo postal e um selo comemorativo em homenagem a Ada Rogato (1910-1986), primeira piloto brasileira a sobrevoar a Cordilheira dos Andes.  Outro exemplo mais recente ocorreu em 2017, quando o estado de Oaklahoma, nos Estados Unidos, passou a comemorar uma dia especial para homenagear as mulheres na aviação do passado e do presente. A data escolhida foi 9 de dezembro, que coincide com o nascimento de Eula “Pearl” Carter Scott (1915–2005), que em 1929 tornou-se a mais jovem piloto do país ao realizar seu voo solo com apenas 14 anos.

Foi no ano de 1982 que o governo Brasileiro passou a aceitar o ingresso de integrantes do sexo feminino na Força Aérea Brasileira (FAB), ramo aéreo das Forças Armadas do Brasil. Desde então, elas vem conquistando diversos cargos e postos no setor aéreo. Hoje, o efetivo da FAB conta com mais de 11.000 mulheres e esse número só tende a crescer. Segundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), as mulheres ocupam cerca de 14% dos postos de trabalho no mercado aéreo, dentre cargos como pilotos, técnicas em manutenção de aeronaves e oficiais aviadoras.

Observando esses avanços históricos, tudo indica que as mulheres na aviação ainda tem muito espaço a conquistar no setor aeroespacial. A ANAC afirma que do total de pilotos brasileiros – dentre pilotos comerciais, privados ou de companhias aéreas –1.465 são do sexo feminino contra um total de 46.556 do sexo masculino. Ou seja, 3% dos pilotos brasileiros são profissionais do sexo feminino. Embora esse número ainda seja pequeno, ele segue uma tendência de crescimento. A exemplo dos Estados Unidos, que no intervalo entre os anos de 2007 e 2017 apresentou um aumento expressivo de 19% no número de mulheres atuando em diversas categorias de piloto.

Mulheres na aviação

A Hércules Táxi Aéreo é uma empresa que segue essa tendência ao promover a contratação de mulheres que atuam em diversas categorias de serviços aéreos, tais como transporte aeromédico, transporte aéreo de carga, táxi aéreo, captação de órgãos, atendimento de pista e hangaragem. A Hércules Táxi Aéreo promove diversas campanhas voltadas exclusivamente para o público feminino, pois sabe da importância da mulher na aviação. Foi o caso da campanha “Outubro Rosa”, que reuniu todas as funcionárias em um ciclo de palestras de conscientização e prevenção ao câncer de mama, com o intuito de transmitir conhecimento sobre o assunto e valorizar o trabalho que elas prestam dia após dia.

As mulheres na aviação têm conseguido provar desde o surgimento da aviação a extrema importância ao promoverem grandes contribuições e participarem da construção de um legado que está se expandindo e evoluindo ao longo das décadas. A mulher aviadora tem a capacidade de adquirir conhecimento e colocar em prática todos os ensinamentos absorvidos no meio aeronáutico. Ao longo dos anos, as mulheres tiveram o desafio de enfrentar um ambiente predominantemente masculino e ao mesmo tempo conquistar o seu próprio espaço. Com isso, as mulheres provaram e continuam provando que são responsáveis e capazes de pilotar com habilidade, serenidade e segurança.

Entrevista com a Co-Piloto Beatriz Maschke

Porque vc escolheu ser aviadora?

Desde os meus 13 anos sempre me interessei a conhecer outros lugares, culturas e também falar outras línguas. Minha madrasta foi comissária de bordo na TransBrasil e me incentivou bastante, sempre contando as incríveis histórias de como era voar.

Em que momento da sua vida vc percebeu que era isso que queria fazer?

 Com 15 anos, estava morando na França, quando assisti uma apresentação da esquadrilha aérea italiana “Frecce Tricolori”, naquele momento tive a certeza do que queria ser. Simplesmente estava apaixonada pela aviação, achava tudo maravilhoso! Desde então, só pensava em começar meu curso de piloto.

Como foi sua formação? Onde estudou?

Com 16 para 17 anos, comecei o curso teórico de Piloto Privado no Aeroclube do Paraná. Passei na banca da ANAC e fiz alguns voos no Aeroboero 115. Um tempo depois, tive a oportunidade de continuar minha formação nos Estados Unidos, onde estudei na Phoenix East Aviation. Com 19 anos, tinha me formado como Piloto Comercial. Eu sempre precisei estudar muito para evoluir na minha instrução, as pessoas se enganam quando pensam que ser piloto é apenas voar, precisamos estar preparados para cada voo, e isso envolve muitas coisas. Desde o dia que comecei na aviação, nunca me arrependi, cada voo que eu fazia, me apaixonava mais por essa profissão.

Dificuldades na formação?

Com certeza, creio que todas as formações tenham algumas dificuldades. A aviação exige muita precisão e pouquíssimos erros. No começo era difícil fazer tudo com perfeição, mas nada que uma boa disciplina e dedicação não resolvessem isso.

Histórico profissional até chegar na Hércules?

Depois que sai da escola de aviação, fiz alguns voos na aviação executiva como freelance, porém, a Hércules está sendo meu primeiro emprego concreto.

O que vc espera da aviação para o futuro?

Eu espero que as empresas aéreas, assim como a Hércules, e proprietários de aviões particulares, deem oportunidades para mulheres ingressarem nessa área, como pilotos. Somos tão competentes quanto os homens.